domingo, 7 de setembro de 2014

Excepcionalmente, a selecção


Com excepção das fases finais e playoffs de acesso ás mesmas raramente vejo um jogo de selecção nacional (se é que assim lhe podemos chamar). Hoje decidi ver e mesmo não tendo visto tudo, felizmente, vi o suficiente para me arrepender pela perda de tempo.

Não sou nacionalista nem daqueles que só sabem reconhecer méritos dos outros, simplesmente não tenho um sentimento de nação. Sendo assim só veria os jogos se fosse pela qualidade do futebol o que também não é o caso. E mesmo as fases finais só vejo pelo convívio com amigos. Pelo que vi hoje retenho 2 coisas:1- a equipa é Moutinho a tentar fazer jogar e outros 10 a desperdiçar jogadas, 2- Paulo Bento continua, como se espera dele, a ser um indivíduo sem o mínimo de carácter e cuja principal prioridade é promover certos jogadores e defender outros. A qualificação virá por acréscimo. Até me dá vontade de perguntar porque é que o Nuno Espírito Santo não foi convocado para ajudar no banco.

Brilhantes também os comentadores RTP1: cada vez que um jogador português escorrega numa casca de banana e cai dentro da área adversária gritam penalty. Será que conseguimos marcar golos de outra forma?

Dito isto e porque tão cedo não voltarei a falar sobre este assunto queria apenas reforçar aquilo que que já muitos viram e disseram antes e depois do mundial e certamente continuam a dizer hoje: temos em Portugal um treinador acima de qualquer suspeita, com experiência de sucesso á frente de uma selecção com jogadores sem qualidade, com personalidade forte e disponível (penso eu) para ser seleccionador nacional. Se ele arranjar um guerra com o FCP e o seu presidente passa a ser o seleccionador perfeito para todos.

Continuarei nos próximos meses e até ao Euro 2016 a esperar o que espero sempre dos jogos das selecções: que nenhum jogador nosso se lesione. E se poderem ser reconhecidos como foram este fim de semana e como nunca são vestidos de azul e branco também é bom.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Lista – parte 2


Já sabíamos que Lopetegui teria de fazer escolhas e que iam ficar de fora jogadores contratados esta época. Já sabíamos que fosse quem fosse a ficar de fora seria um jogador de qualidade porque não cabiam todos na “lista dos 17”. Mas era essa um problema? Não gostaríamos nós que nas épocas anteriores tivesse existido o mesmo problema?

Resumidamente parece-me que  escolha do Espanhol foi sensata e revela 2 coisas:

·        - Seremos uma equipa de tracção “á frente” e daí a necessidade de ter mais escolhas nas zonas ofensivas. Digo seremos e não somos porque, respeitando a máxima de que uma equipa se constrói de trás para a frente, parece-me que o foco do técnico tem incidido nos processos de organização defensiva.

·       -  Reconhecimento que apesar de termos 2 opções de qualidade para cada lugar é do meio para a frente que fizemos um maior investimento e que temos maior qualidade. E que temos outros jogadores que podem fazer os lugares laterais da defesa. É lógico que Ricardo apesar de ser abnegado não tem a rodagem para o lugar que Danilo tem. Nem Indi oferece a profundidade ofensiva que dá Alex.

Naturalmente que para quem ficou de fora, particularmente penso que Diego Reyes é o nome menos consensual, é um verdadeiro Ice Bucket Challenge. Mas como já escrevi anteriormente, penso que temos um líder no comando e um bom líder sabe gerir e lidar com este tipo de sentimentos.

E agora a pergunta a quem não concorda com esta lista: qual a lista alternativa? Boa sorte para a resposta.


Um desejo: que esta interrupção para os desinteressantes jogos das selecções termine depressa e sobretudo que não provoque qualquer mazela nos nossos selecionados.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sorteio


Dortmund, Paris Saint-Germain, Manchester City, Liverpool e Roma. Analisando os 4 podes do sorteio de hoje são os nomes que gostaria de evitar. Se não tivermos nenhum no nosso grupo... vamos ter na mesma um grupo difícil. Mas se tivermos dois (ou até três) nomes destes, não deitando a toalha a chão como nunca fazemos, sabemos de antemão que teremos de nos superar, fazer um fase de grupos livre de erros, um superPorto para chegar aos oitavos. Também sabemos o quanto gostamos destes desafios...

Tenho uma enorme expectativa do que podemos valer este ano na champions (e em todas as competições). Sendo certo que a média de idades é muito baixa para uma competição recheada de equipas fortíssimas, também é certo que não me lembro de termos um plantel tão equilibrado e com tantas soluções como este. E depois, como já referi num post anterior, temos jogadores particularmente interessados em brilhar nesta competição.

Em suma, ingredientes todos somados, um sorteio muito interessante o de hoje á tarde. Quanto áqueles que a época passada fizeram uma época livre de compromissos europeus, juntando a isso outro tipo de ajudas, convêm terem a noção que agora não há Ligas da verdade, marios figueiredos e afins. Agora é a sério.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

FC Porto 2 - Lille 0 - Estamos a aprender


Estamos a aprender conceitos mas quando isto se faz a ganhar é desta forma só podemos estar satisfeitos. Quatro jogos e zero golos sofridos, quatro vitorias, um playoff de acesso á champions league ultrapassado. O processo ofensivo ainda emperra muitas vezes mas o defensivo já parece mais oleado. Como se pode pedir mais? 

O jogo era perigoso, bastava sofrer um golo num lance fortuito que fosse e tornar-se-ia muito complicado (pessoalmente não acho vantagem nenhuma jogar o jogo decisivo em casa em que os golos sofridos contam mais) Quanto ao que se passou no relvado, entramos bem, óptimos 10 minutos inicias com 2/3 oportunidades claras de golo (incluindo um canto "á paços de ferreira"). A partir daí começamos a perder gás e apesar de termos o jogo controlado passamos por uma ou duas situações incómodas mais por culpa nossa, com várias perdas de bola, do que por capacidade da equipa francesa. Nesta toada morna chegamos ao intervalo com sabor amargo de quem esperava mais após os tais 10 minutos. 

Começamos a segunda parte a ganhar com o golo de Brahimi (ainda bem que Quaresma não estava em campo) e a nossa missão ficou mais fácil não partimos para uma exibição de gala mas notou-se o efeito no comportamento (mais calma) e a qualidade de jogo melhorou substancialmente. Chegamos ao segundo e podíamos ter marcado mais um ou outro. Em resumo, uma boa vitória, eliminatória quase sempre controlada e agora vamos a eles. Olhando para os potes podemos ter um grupo com Dortmund, Liverpool e Roma ou um grupo com Basileia, Ajax e Maribor por isso vamos aguardar serenamente pelo sorteio e aí gerar expectativas.

Análise individual (de quem não viu no estádio o que dificulta a análise):

Fabiano: mais seguro nos cruzamentos do que é habitual, apesar da bola que fugiu. Parece também que está a evoluir aos poucos, como a equipa.

Danilo: belíssimo jogo, contra a maior ameaça do Lille,  Origi, cerrou os dentes e ganhou tudo ainda criando desiquilibrios no ataque. Parece outro, dos que tem mostrado maior evolução.

Maicon: grande patrão novamente, ganhou tudo ou praticamente e ajudou Reyes a entrar no jogo.

Indi: seguro a defende, pareceu até mais firme no lado esquerdo. Continuo a não perceber porque se recusa a avançar com o bola mesmo quando não tem adversários próximo preferindo sempre passar ao Alex Sandro.

Alex: se Vitor Baía era elegante até a sofrer golos, Alex Sandro é mais ainda. Corchia deve ter agradecido a sua lesão (antes de saber que ia levar com Indi)

Casemiro: um dos melhores, mostrou que sabe ser um seis. Muito músculo mas com bola nos pés é artista.

Rúben Neves: num meio campo forte fisicamente como o dos franceses não conseguiu manter o nível dos jogos anteriores devido á sua fragilidade. Ainda assim mostrou bons pormenores com na entrega de bola. Mostrou que não pode ser o 6 em jogo de grau de dificuldade maior mas a 8 vai continuar a dar cartas.

Herrera: sou fã do mexicano, não posso esconder. É rápido, fortíssimo e tem pés. Quando tiver mais cabeça, se for uma questão de tempo, vai ser um caso MUITO sério. Hoje e sempre pecou no momento de soltar a bola, as vezes muito cedo, as vezes muito tarde.

Brahimi: juntaram o verdadeiro artista a um carregador de piano. Parece um jogador de futsal pela capacidade de explosão num pequeno espaço (faz lembrar o Ricardinho). E depois ainda marca livres daquela forma. MVP

Oliver: o pior jogo até agora do espanhol. Perdeu muitas bolas e não pareceu tão agressivo como habitual. Ainda assim parece-me que, pelo menos nos próximos tempos, vai ser Oliver e mais dez.

Jackson: grande jogo. Quando a bola não chegava lá souber procurá-la e guarda-la á espera de companheiros. Trabalhou muito e fez um golaço de muito difícil execução.

Reyes: não tremeu e cortou muitas bolas. Aproveitou bem o andamento de Maicon e Indi que estávamos ali ao lado e mostrou-se assertivo.

Evandro: entrou muito bem é o melhor período da equipa também passou por aí. Joga com cabeça levantada e está a reclamar uma oportunidade no onze. Para o lugar de quem? Também não sei...

Ricardo: pouco tempo em jogo mas quando no banco ficaram Quaresma e Adrien por exemplo da para perceber que faz parte do plantel. E ainda bem, gosto da atitude que mostra.

Lopetegui: fica a sensação que podíamos ter arriscado um pouco mais no conjunto dos dois jogos. Não o crítico até porque o resultado está á vista e a exibição também foi aceitável.

Notas:
I - penso que depois de decidirmos a eliminatória, mais dia menos dia, vai chegar Clasie. Não sei se precisamos ou não mas parece-me um excelente jogador e mais próximo de um 6 do que temos até agora.

II - depois da tempestade... ficamos a saber que o nosso treinador sabe LIDERAR. Até podemos fazer uma época abaixo do esperado mas com um líder destes é maio caminho andado para o sucesso, muito mais que mestres da tática.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Apostas para o jogo de hoje


Não é certo que vão jogar, é uma aposta de risco alto, mas essa dúvida vai acontecer muitas vezes este ano e ainda bem!

Por aquilo que espero do jogo de hoje, com os franceses a entrarem forte na tentativa de marcar cedo e intimidar a nossa equipa, com o Porto o jogar mais longe da área adversária do que se tem visto até aqui e a aproveitar para sair rápido (como disse Lopetegui: o Porto esta ano vai jogar de muitas maneiras, a posse é o modelo mas também vamos sair em transição rápida, vulgo contra-ataque) acredito que um destes dois irá desiquilibrar a nosso favor.

Se não for nenhum destes mas troxermos vantagem também pode ser.

domingo, 17 de agosto de 2014

Seguramente um dos jogos mais importantes da época


Pode até parecer prematuro mas o jogo com o Lille deve assim ser catalogado e, mesmo considerando a pressão que implica a esta equipa que está junta há tão pouco tempo, é assim que temos de o enfrentar.
A entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões implica imediatamente duas coisas: muito dinheiro e quase assegurar, na pior das hipóteses, o acesso é Liga Europa (só o último classificado do grupo não se mantém nas competicões europeias). Se a primeira (€) é muito importante (diferente de fundamental) para o orçamento da época, a segunda é fundamental para os objectivos desportivos dos atletas mas sobretudo da massa adepta.


No caso financeiro não quero nem posso alongar-me porque nunca me dei ao trabalho de fazer uma análise exaustiva nem sei se tenho capacidade/dados para o fazer. Relativamente ao objectivo desportivo parece evidente que para jogadores como Casemiro, Tello e Oliver, cujos passes não pertencem ao clube, a Liga Europa não é montra suficiente. Isso não significa que a atitude vá ser diferente mas é obvio que há factores psicológicos que condicionam mesmo se quisermos pensar de forma diferente. 

De outra forma e face á expectativa criada há um enorme vontade de testar a nossa equipa contra adversários de champions. Recordo conversas dos anos em que vencemos a Liga Europa (ou taça UEFA) em que não raras vezes ouvia "... se nesse ano estivessemos na champions é que era..." (felizmente com Mourinho ao leme tivemos oportunidade de fazer esse teste com o resultado que se conhece)
 

Notas:

I - Adrian (não interessa se pagamos ou quanto pagamos porque os direitos de crédito não cessam só porque o devedor se atrasa a pagar): não podemos considerar anormal que de um jogador avaliado em mais de 18 milhões de euros sejam esperados resultados imediatos (tendo em conta que o nosso clube não costuma, ao contrário de outros, pagar isso por um apanha bolas). Adrian ainda não demonstrou as qualidades que tem certamente mas acredito que vai demonstrar muito brevemente, talvez já na quarta-feira.
 

II -  só eu é que acho estranho que uma noticia, relativa a um jogador português que joga em Inglaterre e que alegadamente pode vir a jogar em Portugal, seja lançada por um jornal italiano (curiosamente o mesmo país do clube alegadamente mais interessado no jogador). Provavelmente não é nada estranho. É apenas prova de que a comunicação social é um negócio que nada tem a ver noticias baseadas em factos.

sábado, 16 de agosto de 2014

FC Porto 2 - 0 CS Marítimo



Não foi ópera mas foi um musical já bem aceitável (tendo em conta também o número de ensaios). O Porto de Lopetegui entrou forte e chegou á vantagem muito cedo mas quando já exercia um claro domínio. Talvez por cedo se encontrar em vantagem a pressão vista e na pré época não se viu, tivemos sempre por cima mas a conceder alguns espaços e apanhar alguns sustos. Da primeira parte fica portanto a sensação de que o golo nos fez tirar o pé trouxe de volta alguns fantasmas.

2ª parte entramos no mesmo registo com a agravante de o marítimo pressionar mais e impedir as saídas com bola controlada que tínhamos conseguido na primeira parte. Mas Lopetegui, que mostrou saber ler o jogo (que diferença para o víamos há um ano atrás...) mexeu e bem,  primeiro Casemiro e logo a seguir (e sobretudo) Evandro voltamos a ter maior domínio e a criar oportunidades naquele que terá sido o melhor período do jogo.

Em resumo não tivemos ópera e sinto que as elevadas expectativas (não justificadas tendo em conta que foi apenas o primeiro jogo oficial) foram algo defraudadas mas analisando todas as condicionantes penso que temos razões para estar confiantes para o futuro.

Análise individual:

Fabiano: sem oportunidade para mostrar grande serviço esteve seguro quando chamado. No jogo com os pés foi prático embora os colegas não tenhas facilitado a sua tarefa.

Danilo: esteve em bom nível  embora o jogo tenha passado mais pelo lado oposto. Não beneficiou também do jogo menos conseguido de Quaresma mas mostrou vontade de subir pelo flanco.

Maicon: foi o patrão da defesa. Está claramente mais leve o que lhe permite chegar mais rápido ao lances. Uma hesitação na primeira parte permitiu que um jogador insular se isolasse.

Indi: é claro que as pernas não lhe tremem não esteve no entanto ao mesmo nível que apresentou com o Everton. Talvez um pouco limitado por não ter treinada toda a semana.

Alex Sandro: começa a época em grande forma e tudo o que fez foi bem feito. Seguro a defender e a dobrar companheiros e perigoso no ataque. MVP

Ruben Neves: estreou-se a marcar e apareceu mais que uma vez a tentar o remate como se soubesse onde a a bola vai cair. A construir escondeu-se um pouco mas parece-me natural face às circunstâncias

Herrera: o pior do trio de meio campo. Apareceu pouco e quando o fez não definiu bem. Tendo em conta a capacidade física que tem parece-me que poderia ser uma boa solução para receber a bola de costas para a baliza mas os companheiros tiveram opinião diferente.

Olivier: o jogo passou muito por ele e quando assim é também é natural que possa perder muitas bolas como aconteceu. Parece um jogador típico de tiki taka, muita bola e muitos passes mas a equipa ainda não parece completamente preparada para esse estilo.

Quaresma: tentou muito mas com pouco acerto. Moutrou, como já se tinha visto na pré época, outra disponibilidade para tarefas defensivas (alô Paulo Bento) mas a atacar não foi tão decisivo como pode.

Brahimi: juntamente com Alex Sandro o melhor em campo. Grande capacidade individual e de criar desequilíbrios e vários pormenores deliciosos sobretudo na recepção de bola. Gostava de o ter visto mais ao centro.

Jackson: a bola andou muito pelas alas mas os cruzamento nunca foram bem direccionados. Quando percebeu que poderia passar ao lado do jogo acelarou para dar maior apoio à equipa e ainda foi a tempo de marcar.

Casemiro: o primeiro a ser chamado, foi para a posição 6 (ou não) adiantando-se Ruben Neves. Trouxe mais músculo e equipa voltou a ganhar maios duelos a meio campo. Apesar do bom jogo Ruben Neves, Casemiro marcou alguns pontos.

Evandro: a surpresa de Lopetegui ajudou e muito a recuperar o total domínio do jogo. Apareceu muitas vezes no lado direito do ataque a surpreender a defesa do marítimo. A rever.

Tello: entrou com turbo ligado e naquele que já era o melhor período da equipa. Ajudou ainda mais a fazer pender a balança até porque fez bela assistência para o segundo golo.

Lopetegui: ja sabíamos que não olha a nomes no onze e quando vai ao banco também não. Mostrou-se bastante interventivo e mexeu bem. Não ganhamos o jogo no banco mas seguramos a vitória dessa forma.

Question: será que não há verbas para trazer o spray dos árbitros para a nossa liga?